Thursday, July 31, 2008

Dias estranhos no trabalho. A revista mudou de direcção. E agora o novo editor e director executivo está a ver-se grego para levar a revista a bom porto. Não sabe enviar anexos através do mail, não tem pachorra para escolher fotografias e limita-se editar. Além de me querer sobrecarregar com trabalho, parece querer ser apenas uma figura decorativa no escritório e ter o seu nome estampado na primeira página da revista.
Dias cinzentos se aproximam....

Wednesday, July 30, 2008

E um assalto aqui tão perto

A pastelaria onde costumo ir foi assaltada às 9 da manhã. Segundo as testemunhas, um rapaz vindo do nada entrou na esplanada com uma arma na mão. Ordenou às pessoas sentadas na esplanada que lhe entregassem os haveres. O pessoal obedeceu porque morrer aquela hora e num dia normal não é nada interessante.
O guarda da pastelaria não teve tempo de reagir. Parece que a AKM dele estava guardada a franca distância.

Friday, July 25, 2008

All i want...


Indefinições

Palavra de honra! Não sei se sou portuguesa ou angolana. Deixem-me à mercê das minhas indefinições, caramba!
Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.

Charles Chaplin
Já sei que o Leonard Cohen esteve em Lisboa. Já sei que não estive lá. E agora a pergunta que não quer calar. Porque vim para Angola? Porquê?

Rir é um bom remédio


O governo brasileiro resolveu acabar ou pelo menos diminuir as mortes na estrada. Os acidentes de viação acontecem a torto e a direito porque na maioria das vezes os condutores estão embriagados.
Essa realidade acontece também em Angola. Aos fins-de-semana é ver os animais soltos pelas ruas atrás do volante e encharcados em álcool. Existem cartazes publicitários espalhados pela cidade a apelar ao bom senso, mas de nada adianta. Todas as sextas-feiras a polícia posiciona-se em pontos estratégicos para combater esta realidade dolorosa e evitável. E durante duas noites tentam proteger e atenuar os danos provocados pelo consumo excessivo de bebidas alcoolicas.
É fodido saberes que perdeste quem amas por causa da irresponsabilidade de alguém. Também Angola precisa de uma lei seca.

Wednesday, July 23, 2008

Sinceramente

"Eles podem gritar tão alto quanto quiserem de Washington ou de Londres. Somente o nosso povo pode decidir e mais ninguém"

Robert Mugabe

Mas que grande cabrão! Se o povo pudesse realmente decidir, ele já não estava aos comandos dessa terra falida que é o Zimbabué. Se o povo pudesse de facto decidir, ele não teria morto violentamente membros da oposição. O monstro fala como se houvesse democracia. Sinceramente!

O amor é um lugar estranho onde quase tudo acontece. Nesse lugar estranho vamos de encontro a nós mesmos. Lutamos, suamos, gritamos, choramos, sofremos, rimos e rasgamos a alma até deixarmos de sentir.
Para mim, amar é deixar o outro livre. E confiar que após cada voo, ele volta para mim.

Infâncias


Eram tempos puros e dóceis naquele tempo em que eu cresci. Em que o tempo morria devagar. Em que a brisa da tarde de Verão chegava quente e sonolenta. Dias passados entre oliveiras carregadas de azeitonas amargas e pequenas. Horas com o corpo deitado no mato selvagem enquanto se observava ao longe o burro do vizinho. O velhote desapareceu anos depois. Ninguém sabe se morreu ou se partiu para outras paragens.
Naqueles dias não se sentia o corpo juvenil. Ignorava-se os peitos cada vez maiores. Os pêlos debaixo dos braços. Corria-se à volta do bairro com um só fôlego. Jogava-se à cirumba à frente de casa com a melhor amiga da altura. Os bolsos estavam sempre carregados de ameixas vermelhas e doces.
E então de repente, a vida entrou pela porta da frente...
Eu a ouvir Leonard Cohen, enquanto chove lá fora. Tremo por dentro. Ninguém me bate à porta. O telefone não toca.

Thursday, July 17, 2008

Abaixo a violência contra as mulheres


Ele olhou dentro dos meus grandes olhos e disse: "és uma gaja estranha". E eu perguntei-lhe: "só porque afirmo que namorado não é corrente?"

Lista de desejos

Filme: The bucket list
Actores: Jack Nicholson e Morgan Freeman

Fazer uma lista com os nossos desejos mais profundos requer tempo, inspiração e uma longa conversa com nós mesmos. Prefiro chamar-lhes desejos e não objectivos porque associo esta ultima palavra a trabalho. Não sou de planear, vivo sempre de acordo com a maré embora sinta pressão para deixar de viver deste modo, porque aparentemente estou velha demais para isso.
Por vezes parece-me que não sei bem o que quero, mas quando penso na minha morte ocorre-me apenas um pensamento. O de conhecer mundo...
Ser jornalista em Angola (nunca o fui noutro lugar) é por vezes complicado e só os deuses sabem como é preciso ter uma grande dose de paciência para aturar faltas de respeito com a hora marcada, gente arrogante, entrevistados manipuladores e executivos que fazem-nos andar atrás deles durante semanas seguidas porque simplesmente não conseguem dizer não! E na maioria das vezes dizem não porque têm o rabo preso a algum lado, falta de visão e pouca confiança nos meios de comunicação.
Há dias em que adoro esta profissão, mas outros em que só me apetece meter uma licença sabática de dois anos e apanhar o avião com destino para São Tomé e Príncipe ou Moçambique!

Wednesday, July 16, 2008

Tuesday, July 15, 2008

"E um dia de tanto andar eu vi-me exausta e exangue
Entre um berço e um caixão mas quem tratou de me amar
Soube estancar o meu sangue e soube erguer-me do chão

O coveiro que o diga quantas vezes se apoiou na enxada
E o coração que o diga quantas vezes já bateu para nada"

Balada da Rita / Sérgio Godinho
Ausente tanto tempo. Porque às vezes não há nada para dizer. E para escrever %&$# mais vale ficar sossegada.

Thursday, July 10, 2008

Incredulidade

Será que alguém me pode dizer porque é que o Edward Norton decidiu encarnar o monstro verde e sem piada chamado Hulk???

Wednesday, July 9, 2008

Estou-com-32anos-tou-cheia-de-vontade-de-casar-e-ter-filhos-e-ainda-por-cima-apetece-me-começar-a-usar-saltos-altos!!
Isto é inédito, porque tal coisa nunca se me passou pela cabeça. Garçon. Uma vodca sem gelo!
Ontem estava em conversa com um amigo meu e do bate-papo como dizem os brasileiros, saiu isto:

Eu: tudo bem com a namorada que te trata mal?
Ele: vai-se andando
Eu: isso é só entusiasmo, huh?
Ele: pois
Eu: porque é que ainda andas com ela?
Ele: tenho medo de ficar sozinho
Eu: estás a revelar falta de inteligência e confiança em ti próprio, sabes?
Ele: pois
Eu: além disso, és lindo de morrer, super meigo, inteligente e blá blá
Ele: tola
Eu: prometes reconsiderar esse namoro que não te leva a lado nenhum?
Ele: já o fiz e cheguei à conclusão que gosto dela
Eu: af

Tuesday, July 8, 2008

Amizade.Ruptura.Esperança.

A idade traz coisas fantásticas mesmo que lutemos contra ela utilizando os mais diversos argumentos. Chega uma altura na vida em que temos consciência do que somos e isso é-nos dado pela maturidade. Quando chegas a esse ponto, tornas-te inflexível e reavalias emoções e ideias feitas. E chegada a altura de perderes um amigo ou de confrontares-te com essa alma que julgavas conhecer, sentes-te de repente numa roda-viva em que a voz do outro te soa distante e algo invísivel esmurra-te o estômago.
Sentes-te perder a calma mas reconsideras a fúria porque senão as coisas acabam mal. Choras porque é só isso que resta e quando dás por ti, a outra alma também chora. Mas a cisão já lá está e mesmo que coles os pedaços de vidro, sabes que a tua mão já não conseguirá afagar o rosto de quem julgavas conhecer. E então percebes. Percebes que a outra alma utiliza o cinismo, a crueldade gratuita e a frieza, ao mesmo tempo que se acha no direito de ferir-te.
Mas a tua tolerância já está abaixo de zero. Passaste por muito nesta vida e sabes que há alturas em que o outro deve partir. Respiras fundo e percebes que nada dói dentro de ti. Olhas mais uma vez para a alma que tens à tua frente e sentes repulsa. Abres a porta de saída da tua própria vida e mandas aquele ser desaparecer entre as trevas do próprio fel.Sabes que não precisas de criaturas horríveis perto de ti.
Deves dar o teu amor a quem o merece. A quem te conheça e aceite de verdade, seja nos bons momentos ou nos terríveis. É só uma vida, esta que nós levamos. Há mais gente para amar ou para acolher.
E como tudo o que nos acontece tem retorno, descobres mais à frente, que os deuses enviaram-te uma nova alma para amar...

Formato Arco-Ìris


Caramba, sou doida pelos Radiohead ou cabeça de rádio como gosto de lhes chamar. Pedi a um amigo que me trouxesse o album "In Rainbows" (o ultimo) do Reino Unido. Sabem como é, uma tipa mora em África e as coisas chegam cá a passo de caracol. Bom, ontem dispus-me a ouvir o CD com atenção e claro, foi uma dose de tudo de bom directamente para a alma.
Os gajos sabem o que fazem e à falta de palavreado melhor cá vai: é um som muito à frente!
Obs: músicas deste CD boas para ouvir em dias de chuva e de amor: Nude e All I Need...


Á noite

A noite ideal? Eu e tu. Eu docemente perfumada depois de duas horas a cozinhar para ti. A mesa perfeitamente composta e com direito a velas. O cheiro a comida assim que entras em minha casa. Música suave. O vinho branco que trazes porque sabes que não aprecio o tinto. Incenso no ar. O frio lá fora. E o teu sorriso matreiro ao avistares a fatiota que trajo.

Monday, July 7, 2008

Super interessante

"As a 35-year-old, middle-class, Black lesbian feminist, and a member of an interracial couple, I run the gamut between many worlds. I have experienced external racism, classism, sexism and homophobia, but I've found that oppression hurts a lot more when it comes from "one of your own."

I came out to myself when I was 11 years old. It was 1976, just two years after the American Psychiatric Association struck homosexuality off its list of mental disorders. People just didn't talk about homosexuality then. Unfortunately, in the Black community, we still don't.

So many of us who grew up in the Black community never hearing the term "homosexual" applied to us believed that it had to be a white thing and if we were to embrace homosexuality it would mean that we were truly crazy for adopting "the white man's sickness" from our oppressors.

One of the reasons Black lesbians and gays are ignored or discounted is that our presence threatens the Black family model, which is still rooted in the Black matriarchy myth.
As a woman-identified Black woman who doesn't depend on men for my self-definition, I am amazed by how my Black sisters who are invested in relationships with abusive Black men and Black men who openly cheat on them will "dis" and reject their lesbian sisters, yet defend their man and his infidelity in order to say, "At least I got a man!"

Audre Lorde, in Sister Outsider

Obs: este texto é uma excelente anotação que se adapta à realidade angolana, ou devo dizer, ao tabu angolano no que toca a este tema?

Declaração de liberdade. A minha.

Sinto-me uma mulher livre. De corpo e de alma. Tenho os meus pré-conceitos mas são felizmente poucos. Tenho um pensamento livre. E o meu corpo obedece sempre a estímulos exteriores. Sem censura e sem amarras.
Faço o que quero e apenas o que quero. E isto vale para a minha sexualidade, a minha profissão e a minha forma de estar na vida.

E.T. phone home

Incrível. Sempre que vejo o E.T. choro até às margens. Sensibilidade a mais ou demasiada magia para esta minha alma cínica e descrente.
Ter um blog ou não ter: eis a questão.

Friday, July 4, 2008

Amy Amy Amy

Sim, bem sei que já tudo foi dito acerca da Amy Winehouse mas preciso deixar aqui o meu lamento.
A gaja é uma diva e já deve ter lugar cativo ao lado de Zeus. Ouvi dizer que ele assim o exigiu para que a voz dela o acalme, em dias de fúria.
Só que a Winehouse está-se nas tintas. Parece que quer morrer deixando para a história, apenas dois álbuns. Duas obras que servem de testemunho à sua passagem por esta vida.
E é pena. Parece-me que será preciso outra vida para que nasça outra cantora deste calibre.

Thursday, July 3, 2008

Porque eu amo o George Michael

"Cowboys and angels
They all take a shine to you
Why should I imagine that
I was designed for you
Why should I believe
That you would stay

But that scar on your face
That beautiful face of yours
Don't you think that
I know
They've hurt you before

Take this man to your bed
Maybe his hands will help you forget
Please be stronger than your past
The future may still give you a chance"

Wednesday, July 2, 2008

It´s a kind of magic




Ontem a música dos Beatles não me saía da boca:
"Hey Jude, don´t let me down blá blá blá and everytime you feel afraid, hey Jude, refrain, don´t carry the world upon your shoulder blá blá"..

Caramba, era isso, ou:
"$%#/&$%# do gajo, parece que só veio a este mundo para me %&$# o juízo!"

Epifania

Hoje tive uma epifania em pleno duche, ou seja, fui visitada pelo anjo da lucidez e só gostava que este ser me viesse ver mais vezes. Porquê?

Percebi que gosto da ideia de ti. De saber-te aí, pronto para dares-me música chinesa e olhares-me com distanciamento. Ando com a cabeça na lua por ti mas nem sequer me causas borboletas no estômago ou tiras-me o apetite. Sonho contigo e juro não saber porquê. Não traço planos a longo prazo, mas gostava de levar-te comigo ao paraíso. Onde cheira a terra molhada e o verde se estende para lá do meu corpo.

Gosto de ti porque sim. Pelo triste hábito de gostar sem os pés no chão e de acreditar, sim de acreditar que amo, quando na realidade nem sei bem como o fazer...