Tuesday, November 18, 2008

Black

I know someday you will have a beautiful life
I know you will be a star in somebody else´s sky
But why? Why can´t it be mine?

Black/Pearl Jam

Friday, November 14, 2008

Thursday, November 6, 2008

Dúvida

Quando penso nesses &/%$#$# dos neonazis portugueses que lutam contra a emigração, ocorre-me apenas uma questão: será que eles se esquecem que os portugueses são dos povos que mais emigram?

Não sei

Juro-te que não sei de que cor são os teus olhos. Também não sei se os teus beijos sabem a sal. Se a tua pele se derrete diante da minha. Juro-te pelo meu coração que não sei o teu nome completo. Se fazes covinha nas bochechas quando te ris. Ou se mordes a língua quando desenhas. Realmente não sei se gostas de dormir à tarde. Se amanheces os dias a sorrir ou a praguejar aos deuses. Não sei se me queres como sou ou se me queres inventar. Juro-te ainda que não sei se gostas de viajar. Se caminhas pelas brumas em dias de amargura. Não sei se tens sentido de humor. Não sei..realmente não sei...
A cor das pessoas não me interessa nada. Para mim o ser humano divide-se em duas categorias: bons e maus. Sem espaços cinzentos pelo meio.

I have a dream...

"I say to you today, my friends, that in spite of the difficulties and frustrations of the moment, I still have a dream. It is a dream deeply rooted in the American dream.

I have a dream that one day this nation will rise up and live out the true meaning of its creed: "We hold these truths to be self-evident: that all men are created equal."

I have a dream that one day on the red hills of Georgia the sons of former slaves and the sons of former slaveowners will be able to sit down together at a table of brotherhood.

I have a dream that my four children will one day live in a nation where they will not be judged by the color of their skin but by the content of their character.

I have a dream that one day every valley shall be exalted, every hill and mountain shall be made low, the rough places will be made plain, and the crooked places will be made straight, and the glory of the Lord shall be revealed, and all flesh shall see it together.

This is our hope. This is the faith with which I return to the South. With this faith we will be able to hew out of the mountain of despair a stone of hope. With this faith we will be able to transform the jangling discords of our nation into a beautiful symphony of brotherhood. With this faith we will be able to work together, to pray together, to struggle together, to go to jail together, to stand up for freedom together, knowing that we will be free one day.

This will be the day when all of God's children will be able to sing with a new meaning, "My country, 'tis of thee, sweet land of liberty, of thee I sing. Land where my fathers died, land of the pilgrim's pride, from every mountainside, let freedom ring."

And if America is to be a great nation, this must become true. So let freedom ring from the prodigious hilltops of New Hampshire. Let freedom ring from the mighty mountains of New York. Let freedom ring from the heightening Alleghenies of Pennsylvania!

When we let freedom ring, when we let it ring from every village and every hamlet, from every state and every city, we will be able to speed up that day when all of God's children, black men and white men, Jews and Gentiles, Protestants and Catholics, will be able to join hands and sing in the words of the old Negro spiritual, "Free at last! free at last! thank God Almighty, we are free at last!"

Martin Luther King

Wednesday, November 5, 2008

Trecho do discurso de vitória de Obama





"If there is anyone out there who still doubts that America is a place where all things are possible; who still wonders if the dream of our founders is alive in our time; who still questions the power of our democracy, tonight is your answer."
















Se fosse americana teria votado no Obama porque:

- representa uma mudança profunda para os padrões americanos
- parece honesto, firme e humilde
- se distanciou da questão rácica, ao fim e ao cabo, ele é americano em primeiro lugar
- parece um político humano, coisa rara no mundo em que se movimenta
- simboliza o "american dream" e o seu discurso revelou isso mesmo.

Aposto que por esta altura, Martin Luther King e Ella Fitzgerald dançam no céu lado a lado graças à vitória de Obama. King estava certissímo quando proferiu no seu discurso visionário os sonhos que tinha para a América do futuro. "I have a dream that one day..."

Tuesday, November 4, 2008


A verdade no escuro - conclusão

Conclusão da entrevista realizada a Antonio Salas, o meu mais novo herói. Mais uma vez, recomendo vivamente a leitura da entrevista.

"O saber não ocupa lugar".

"E há diferenças entre skins portugueses e espanhóis?
Os grupos portugueses são mais consequentes e menos cobardes, na hora das suas actuações públicas. A sua presença mediática também é muito maior. Em Espanha, existem personagens que poderiam ser, como o Mário Machado, elementos de liderança, que cumpriram pena por homicídio, mas não tiveram a mesma presença nos meios de comunicação. Em Portugal, têm mais presença mediática e são mais activos do que os espanhóis.

Essa visibilidade tem consequências: Mário Machado está novamente preso.
Sim, e eles lá dentro não têm vida fácil. Mas, na maioria dos casos, um skin que sai da cadeia continua a ser um imbecil. A prisão serve para se afirmar no movimento, para ganhar poder. O Machado era apenas um porteiro de discoteca e converteu-se num líder político.

Esses exemplos não fortalecem o movimento, ao dar-lhe novos mártires?
É possível que sim, sobretudo em Portugal, por causa da tal projecção nos media. Em Espanha, personagens como Machado, que cumpriram pena, não têm visibilidade nos meios de comunicação. São conhecidos, mas apenas por quem já está dentro da comunidade.

Culpa dos jornalistas?
Nós temos a obrigação de dar a conhecer a realidade social. É para isso que trabalhamos. No caso de Diário de um Skin, recebi algumas críticas, por lhes dar publicidade. Mas a resposta a isso está nas centenas de mails que recebi de miúdos a largar o movimento por se aperceberem que aquilo não era exactamente como lhes contavam.

Quem apoia financeiramente estes grupos?
Distribuidoras discográficas e editoriais, clubes de futebol (que também se alimentam deles: as claques ultra são das maiores consumidoras de material de merchandising). E este apoio é descarado e absoluto.

Por que razão é que os clubes de futebol ajudam as claques com tendências neonazis?
Essa é outra das coisas que não percebia, antes da investigação. Primeiro, porque muitos dos membros de um grupo ultra, como os 1143, em Portugal [Sporting], são sócios do clube. Votantes, que podem decidir quem vai ser o próximo presidente. No caso dos Ultrassur, do Real Madrid, eles apoiavam o «seu» candidato. Mais: eu saí literalmente afónico do estádio, a apoiar a equipa a gritar durante 90 minutos. Ninguém grita mais alto dos que os ultras. E isso até os jogadores notam, sobretudo quando jogam fora. Não lhes importa [aos clubes] que depois, fora do estádio, matem um negro. Daí que os jogadores posem para a fotografia com produtos dos ultra, como fizeram Figo, Guti, Casillas, Raul. Quanto vale um spot publicitário destes? Quanto vale a imagem de um Figo a anunciar os produtos que vendem?

Os clubes fazem tudo o que podem para ajudar a suprimir os neonazis das suas claques?
Só quando matam alguém. Quando ocorre uma morte, os meios de comunicação dão-lhe uma repercussão mediática e os clubes vêem-se obrigados a fazer alguma coisa. Mas é muito difícil para um clube renunciar aos seus ultras. Pelo apoio, pelo merchandising que eles compram. E também por medo. Há o caso de jogadores que foram agredidos por ultras, como aconteceu no Atlético de Madrid, por não lhes dar apoio público. Esse também é um factor a ter em conta.

Qual foi o sentimento que mais experimentou, na sua relação com os neonazis?
O medo. Quando ouço a palavra «medo», lembro-me de La Bodega [um bar de skins, nos subúrbios de Madrid, onde Antonio esteve]. Entrar com uma câmara oculta num sítio com 200 cabeças rapadas... Não sou nenhum valentão. Passei muito mal.

Sentiu muitos momentos de empatia com eles?
Se estamos durante um ano a conviver dia e noite com um grupo de pessoas, a comer com eles, a dormir com eles, a conhecer os seus pais, eles tornam-se os nossos camaradas. Cria-se um vínculo afectivo e eu vivia com a ideia de que os estava a enganar. Houve dois ou três momentos em que senti uma tentação enorme de lhes dizer: «Sou um jornalista que te está a gravar com uma câmara oculta.»

Hoje continua a viver com medo...
Sim. Andam à minha procura por toda a Espanha. Mas, apesar de tudo, aqui em Espanha, eles já se aperceberam que é mais seguro matar vagabundos. As estatísticas mostram que aumentaram o número de homicídios de vítimas sem papéis. O que coincide com o aumento do número de nazis nessa zona.

Foi um polícia que o denunciou aos neonazis. É a prova de que eles estão infiltrados em sectores importantes da sociedade?
Sim. A maior prova é o caso de Lucrecia Perez, assassinada [em 1992] por um guarda civil neonazi. Os skins gostam das armas, do mundo militar, da violência, da hierarquia. Uma imensa maioria, como o caso de Machado, é segurança porque não conseguiu entrar na polícia. Há uma relação directa com as forças militares. Há muitas famílias de militares que apoiaram Franco e Salazar... Os seus filhos e netos tentam seguir os seus passos.

Qual foi o seu preconceito que se revelou mais errado?
Que eram um bando de ignorantes e que era fácil enganá-los. Não fazia ideia das suas ligações ao futebol e ao Islão, por exemplo.

Confessa, no livro, que uma das razões que tornaria este trabalho mais difícil é a sua extrema distância à ideologia nazi. Agora que os conhece melhor do que nunca, despreza-os mais ou compreende-os melhor?
Entendo porque fazem o que fazem, porque pensam o que pensam, mas sei que estão enganados."


Sim, eu gosto dos ABBA

I have a dream, a song to sing
To help me cope with anything
If you see the wonder of a fairy tale
You can take the future even if you fail
I believe in angels
Something good in everything I see
I believe in angels
When I know the time is right for me
Ill cross the stream - I have a dream

I have a dream, a fantasy
To help me through reality
And my destination makes it worth the while
Pushing through the darkness still another mile
I believe in angels
Something good in everything I see
I believe in angels
When I know the time is right for me
Ill cross the stream - I have a dream

I have a dream/ABBA

Que belo filme...


Comprei o livro "Um ano no tráfico de mulheres" do corajoso jornalista espanhol Antonio Salas. Nem acredito!