Tuesday, January 5, 2010

Contra a corrente

Minha gente, antes de mais, quero desejar um 2010 repleto de prosperidade e saúde para todos! Esperemos que seja possível e entretanto, gostava de deixar aqui a minha opinião sobre a chegada de mais um ano. Não quero parecer pessimista mas vejamos as coisas com olhos de ver, ok?
O que muda nas nossas vidas a chegada de um novo ano? Nada. Tudo bem, enchemo-nos de esperança e esperamos mantê-la até ao final do 365º dia do ano, mas todos sabemos que é praticamente impossível manter a vela da esperança acesa. Porque há dias em que só apetece chorar, desesperar e mandar tudo à fava.
Tentamos não cometer os mesmos erros. É justo mas se não cometermos os mesmos erros, iremos cometer outros, com certeza. Com nós mesmos ou com alguma decisão que nos parecia acertada na altura. E isto é certinho, porque somos humanos e errar faz parte de condição humana. Erramos até morrermos de velhice. O que acontece é que se calhar, com a idade ou experiência, aprendemos a minimizar os erros.
A chegada de um novo ano é apenas a chegada de mais um dia. Em que ao acordar partimos do zero em direcção às coisas que queremos realizar. Mas nada muda. Nada muda no mundo e nada muda dentro de nós. A mudança interior requer tempo e consciência.
Porque nos enchemos de alegria e esperança? Porque assumimos que o novo ano é como um livro em branco, pronto a ser reescrito? Porque traçamos resoluções para uma data que não existe? Existem apenas dias e horas. E vivemos dentro delas. Umas vezes com pressa, outras lentamente. Umas vezes sós e outras vezes acompanhados.
Passei as ultimas horas de 2009 e as primeiras horas de 2010 em casa sozinha. Como companhia tinha uma garrafa de Amarula e o comando da televisão. Não vibrei quando ouvi os fogos de artifício e os gritos de alegria que vinham da rua. Não senti um calafrio na espinha, quando o relógio anunciou a chegada do novo ano. Não pensei em resoluções e não reacendi a vela da esperança.
Deixei-me estar esticada no sofá, anestesiada pelos prognósticos do dr. House. De maneira que nessa noite, não fiz votos. Não comi as 12 passas da praxe e não pulei doze vezes em cima do sofá. Estava simplesmente a curtir a minha nova casa e o sossego do qual necessito sempre.
Dizem que sim, que estamos no novo ano. E claro, sou humana e deixo-me contagiar pela alegria dos outros mas pela primeira vez, dou-me conta que é só mais um ano.
E para mim, a felicidade veio às três da manhã quando o telefone tocou e do outro lado da linha estava a minha grande amiga Cátia. Ligou-me de Portugal para dizer que gostava muito de mim e que só faltava eu na festa onde estava. Vão-se os anos e os anéis mas o amor dela por mim está sempre presente....