Pois é, passei um mês fantástico nesse país com tantos defeitos mas que tanto amo, chamado Portugal. Abracei os amigos. Amei-os. Bebi com os amigos. Ouvi-os. Ri com os amigos. Desabafei.
Passeei pelo boa e velha zona do Chiado. Senti o cheiro a tradição que paira naquele local. Fui estrangeira no meu país e revisitei-o como se fosse a primeira vez. Observei o Tejo. Sempre calmo e silencioso. Tema de versos líquidos recitados entre noites de amores dóceis e paixões infernais.
Calcorreei ruas calcetadas e vi estrelas cintilantes nesse céu que me causa desassossego por estar tão longe. Entrei em autocarros apinhados de gente velha e ar solitário e mirei com estes olhos marejados, as ruas onde cresci. Onde o espírito e o corpo lutaram um dia para se tornarem num só. Abracei árvores mais finas que os embondeiros dos meus sonhos e reconheci-lhes o cheiro com que adormeço todas as noites.
Vadiei pelo Bairro Alto. Lugar típico dessa minha cidade de Lisboa, de caravelas e corvos negros como a noite. A minha noite. Ou as minhas noites repletas de tesão e bebida. Voltei aos restaurantes de sempre, composto pelas gentes do costume. E percebi que as coisas, que o coração das pessoas que amo, permanece o mesmo. Foi bom saber. É bom saber.
Porque quando regresso ao país onde me fiz criança, adolescente e mulher, vou em busca de mim mesma. Encontro-me sempre. E desse encontro renascem velhas certezas e novas revelações que teimo esquecer...
1 comment:
Olá Clara! Foi ver e ler o teu texto sobre as férias aqui em Portugal! Ficaste durante uns dias a 3oo kms de mim! Um dia ainda haveremos de falar! E é bom uovir falar dessas sensações! Que voltes revigorada aí para esse País que também é bom, só que em fase da crise do crescimento! Tipo aolescente! Sorri á vida!
Saudações Amigas,
Jorge madureira
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