Viajei para a Europa em Janeiro deste ano a pretexto de um casamento. Tive que dividir bem o tempo: 15 dias em Lisboa, 15 dias em Londres e 3 dias em Paris. Mas na prática foram 15 dias em Lisboa, 20 dias em Londres (porque perdi o avião de regresso, sei lá, devia ser o subconsciente a dar-me a dica) e os 3 dias em Paris foram seguidos à risca.
Vou começar por esta última cidade. Paris, para quem está de férias, é o que se imagina, o que se vê nos filmes. É cidade antiga marcada por histórias seculares estampadas em cartões postais como o Louvre, a Basílica do Sacre-Coeur, a Torre Eiffel, Versailles e por aí fora.
Não é uma cidade opressiva, é aberta, melancólica. Para lá chegar cumpri o desejo ardente de viajar naquela maravilha da engenharia que dá pelo nome de TGV (Train à Grande Vitesse), o comboio espacial que rasga o Canal da Mancha a toda a velocidade (320 km/h). Graças ao comboio é possível fazer a rota Londres/Paris com comodidade, apreciar a transição da paisagem quando se entra num dos países e sai mais barato que o avião.
Lá chegada esperava-me o meu amigo francês que não via há dois anos. Assim que ultrapassámos a parte dos abraços, dos beijos, do ça va bien e da mala atirada para o quarto da pensão onde me instalei em Montmartre, fomos para a famosa Champs Elysée almoçar e lá vi gente de todas as cores e feitios, mas sem a homogeneidade que se vê em Londres. Fazia frio com sol e não pude evitar pensar que era uma sortuda do caraças por estar ali.
3 dias não são suficientes para conhecer Paris mas deu-me tempo para ver de perto o ex-líbris da cidade, ou seja a Torre Eiffel, para apreciar as margens do rio Sena e ver as casas flutuantes, passear por Montmartre e ver a Basílica do Sacre Coeur que fica nas imediações, apreciar o Arco do Triunfo com a sua homenagem aos que já partiram deste mundo e acima de tudo, realizar o sonho de flanar pelo Jardim das Tulherias e emocionar-me com a nobreza e com o peso histórico do Museu do Louvre.
É preciso que saibam que a História da França sempre me fascinou, então estar físicamente a passear pelo maravilhoso Jardim das Tulherias e respectivo Palácio e contemplar o Louvre enquanto absorvia a réstia de energia de tempos passados, foi como se tivesse nascido de novo. Espero que os franceses saibam a sorte que têm por terem tantos símbolos históricos. Parece incrível mas o meu amigo francês nunca lá pôs os pés!
Gostei muito da cidade e não tenho pontos negativos. A única chatice com que me deparei foi com o facto de ninguém naquela terra falar inglês, especialmente os jovens. Para comunicar, especialmente porque passei o segundo e terceiro dias sozinha, tive de ir buscar o palavreado que aprendi na escola, enferrujado pela falta de uso, mas bom o suficiente para me fazer entender e para entender os locais. Todos bastante simpáticos, especialmente quando viam que me esforçava para falar a língua deles.
Paris foi um desafio para mim em certo aspecto. Andei sozinha pela cidade, de autocarro e de metro - as estações de metro são horríveis, nada comparáveis às da minha Lisboa que são obras de arte - sem medo e satisfeita com a minha própria companhia, embora ligeiramente aborrecida por vezes. Cheguei à conclusão que não é assim tão mau, estar sozinha numa cidade estranha.
A cidade fez-me lembrar Lisboa graças às ruas calcetadas, às ladeiras, à antiguidade. Mas as semelhanças cessam por aí por motivos óbvios e que nem vou enumerar.
Gostava de regressar um dia à cidade-luz, mas por mais tempo e com mais dinheiro no bolso, pois a capital da França é bastante dispendiosa. Ficou muita coisa por ver, mas o que vi encheu-me as medidas.
2 comments:
Con sus menos y sus más, es evidente que lo pasaste bien en París.
:D
Sim, querida Gabriela. É difícil não passar bem em Paris.
Beijos xx
Post a Comment