PARA AS PESSOAS BOAS DO MUNDO, GRITO A PARTIR DE ANGOLA, OS MEUS DESEJOS DE UM NATAL MÁGICO E FELIZ. E APROVEITO PARA DESEJAR TAMBÉM UM PRÓSPERO ANO NOVO. E QUE O PRÓXIMO ANO VENHA COM MAIS LUZ, SABEDORIA, PAZ, AMOR E SAÚDE!
All i ever wanted.All i ever needed is here in my arms.Words are very unnecessary. They could only do harm...
Friday, December 19, 2008
Thursday, December 11, 2008
Ás vezes
Às vezes não sei o que fazer às saudades que sinto de Portugal e dos meus amigos. À falta que me faz caminhar por essas ruas calcetadas de Lisboa. Não sei como gerir esta vida pouco intensa que levo neste país onde nasci. Sinto falta de afectos palpáveis. Das vozes familiares que me amansavam o coração, em dias de luta solitária...
Grande tacho
Eis a última novidade do presidente angolano:
"José Eduardo dos Santos condicionou a realização das próximas eleições presidenciais à aprovação pela Assembleia Nacional da futura constituição de Angola. O chefe de estado colocou a probabilidade de, na nova Carta Magna, o Presidente vir a ser eleito de forma indirecta pelo parlamento e não pelos cidadãos eleitores. O Presidente justificou a probabilidade, dizendo que há uma corrente de opinião que defende a introdução do sufrágio indirecto, com vista à eleição do próximo Presidente da República"
Semanário Factual
Agora pergunto eu: eles andam mesmo a gozar connosco, não é? E gozam à grande porque estão dispostos a ir contra a Constituição diante das nossas barbas!
Friday, December 5, 2008
Thursday, December 4, 2008
Viver da fé. Só não se sabe fé em quê...
Passados cinco anos perdi o breve encanto que sentia por Angola. Foram poucos os momentos em que me senti orgulhosa por morar neste país. As ultimas eleições foram um deles. As paisagens maravilhosas e assombrosas foram outro. Mas depois olho para o lado e dói-me a alma.
Por ver meninos e meninas de rua brincando na lixeira a céu aberto. Por vê-los ranhosos e de barriga inchada, atravessando as ruas sem olhar para trás. Dói-me a alma ao avistar antigos soldados de guerra sem uma perna, um braço ou alegria no olhar. Foram esses homens que lutaram por uma pátria que agora lhes vira as costas. São esses homens que me assolam os sonhos, sempre de mão esticada, pedindo esmolas e cigarros, encostados aos sinais.
O encanto foi-se esbatendo à medida que entendi o sistema político (ou devo dizer anti-político) que reina sobre este país. O choque foi grande ao perceber que os angolanos são roubados descaradamente por corruptos sem coração. Por gente que habita em mansões de luxo e dorme debaixo do ar-condicionado. Rolando e rebolando sobre a miséria dos outros.
Fé? Como posso ter fé num país que vive de festas e construções megalómanas, enquanto num musseque sem luz e sem ar, morre uma criança de cólera?
É duro morar e saber que nasci num país onde a lei é manipulada consoante os interesses. Onde se dificulta a entrada de mão qualificada.
Fé? Corajosos os angolanos que ainda têm fé por uma terra que lhes suga o tutano. Por uma terra pintada de cinza que caminha a passos largos para a estabilidade económica.
Perdi a minha. A minha fé. E sem fé sinto-me oca. Desesperançada porque os pesadelos ganharam vida. Uma vida paralela à minha. Com correntes e bofetadas incessantes.
Fé?
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