All i ever wanted.All i ever needed is here in my arms.Words are very unnecessary. They could only do harm...
Friday, July 31, 2009
A minha próxima vida
"Na minha próxima vida quero vivê-la de trás pra frente.Começar morto para despachar logo esse assunto.Depois acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa.Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a aposentadoria e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia.Trabalhar por 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo, e depois estar pronto para o secundário e para o primário, antes de virar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí viro um bebê inocente até nascer. Por fim, passo 9 meses flutuando num spa de luxo com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e espaço maior dia a dia, e depois - Voilà! - desapareço num orgasmo..."
Woody Allen
Thursday, July 30, 2009
Dizem que um homem e uma mulher não podem ser amigos ou que não são amigos, porque eventualmente acabam por dormir juntos. Dizem também que às tantas um dos dois se sente atraído pelo outro. Não costumava aceitar nem acreditar nesta teoria. Mas à medida que vou envelhecendo e analisando episódios passados, comecei a perceber que se calhar é verdade.
No entanto, deixem-me dizer-vos que tenho alguns amigos homens com quem nunca dormi, nem espero dormir! E espero que se passe o mesmo pela cabeça deles. Portanto, acho perfeitamente possível uma mulher ser amiga de um homem. E acho bonito, diga-se.
Tenho um grande amigo e talvez ele seja o meu melhor amigo (do sexo oposto) e orgulho-me muito dessa amizade. Conhecemo-nos há muitos anos. Erámos adolescentes e acho que ele sabe quase tudo sobre mim. Sempre falámos muito um com o outro e as pessoas diziam que "onde estava um, estava o outro". Saíamos muitas vezes para a noite só nós os dois e bebíamos e conversávamos até ao amanhecer. Outras vezes ficavámos simplesmente sentados na escadas do centro comercial a olhar para o céu em silêncio.
Via-o como um irmão mais velho, embora ele tenha nascido dois anos depois de mim. Muito do que sei, aprendi com ele e tenho muito orgulho nisso. E sei também que sou uma pessoa melhor, porque um dia, alguém da administração da Escola Secundária da Rainha D. Leonor, decidiu colocar-nos na mesma turma...
Wednesday, July 29, 2009
Não posso fumar onde quero. Fumo pouco, mas imagino aqueles que fumam loucamente. No entanto, as restrições ao tabaco incomodam-me profundamente! E como se não bastasse não puder fumar nos meus bares do costume em Portugal, agora também Angola vai ter a mesma legislação.
Se os governos do mundo estão realmente preocupados com a saúde dos fumadores, então que acabem com a indústria tabaqueira. Mas não lhes convém, não é? Há demasiado dinheiro em jogo.
E Angola, em vez de se preocupar em implementar uma legislação anti-tabaco (pelo menos para já), que se preocupem primeiro com os buracos gigantes das estradas, com a miséria da maioria da população e com o sistema de saúde. E por favor, deixem-se de hipocrisias!
Aventuras
No aeroporto de Israel, no regresso para Angola, uma das zelosas funcionárias perguntava-me:
- De onde é? Quanto tempo esteve no país? Alguém ofereceu-lhe algum presente? Está a levar lama do Mar Morto?
Cai a ficha na minha cabeça. Israel sofre com os ataques palestinos e daí as perguntas. Era preciso cuidado, para o caso de eu me revelar uma viajante ingénua que levasse na mala um presente assassino, dentro de um avião com mais de duzentas pessoas. Respondi:
- Sim, trago lama.
Ela volta à carga:
- Ofereceram-na ou comprou?
Respondo com calma e segurança:
- Fui eu mesma que comprei numa loja de produtos do género.
A zelosa funcionária olha para mim e pede-me que vá para o balcão seguinte onde me abrem a mala. O funcionário de cabelos escuros vasculha-me a mala com ligeireza enquanto me pergunta:
- Leva consigo algum presente?
Suspiro e respondo:
- Não.
- Pode fechar a mala. Boa viagem.
Luto com a minha pequena mala vermelha. E pondero colocar-me em cima dela para a obrigar a fechar a boca de mil fechos. De repente a mala fecha-se, tranco-a com um cadeado (que acabará por ficar no aeroporto Ben Gurion após tira cinto, coloca cinto, tira sapato, põe sapato) e sigo para o check-in. Quando lá chego deparo-me com uma série de viajantes etíopes. Carregam tantas malas, que são precisas quase duas horas para me despachar. Amaldiçoo aquele povo de tez bonita e feições perfeitas e sigo em busca de um café com mesas.
Não posso fumar no recinto, por isso o café não me sabe ao do costume. Chegada a hora, embarco no avião da Ethiopian Airlines, onde o sabor da comida a bordo deixa muito a desejar. Vale-me a simpatia genuína das hospedeiras etíopes e a beleza calma de todas elas que me obriga a questionar a minha própria.
Assim que coloco os pés no aeroporto da Etiópia, interpelo um segurança e pergunto-lhe sem delongas pela ala dos fumadores. Aponta para o fundo do aeroporto e dirijo-me até lá a passos largos. Antes de entrar para a pequena sala, observo as pessoas lá dentro e espanto-me com o fumo denso que pairava no ar. Pareciam-me criminosos, ofegantes por mais uma passa. A que ponto os governos nos obrigaram a chegar. Não acabam com a indústria tabaqueira, mas empurram os fumadores para os corredores da marginalidade. Suspiro e entro lá dentro de tabaqueira em punho. Peço um café e acendo o cigarro. Eu e a minha colega somos as únicas mulheres dentro do covil. Fumei com prazer e preparei-me para mais oito horas de viagem.
Quando chego a Luanda, venho triste. Sem vontade de entrar na estupidez da rotina. Mas ao chegar à sala de controlo da emigração, arregalo os olhos e pergunto-me se cheguei ao país certo. O aeroporto estava remodelado. Mas ainda não tinha visto nada. A sala das bagagens também estava nova em folha e tinham instalado o ar-condicionado. Apesar das novidades, fiquei mais de uma hora à espera da minha pequena mala vermelha (porque há coisas que nunca mudam). Estava esgotada depois de tantas horas de viagem e ainda trazia em mim o cheiro a Israel.
Chego a casa e a família criva-me de perguntas. Mas a energia estava a zeros e resolvi deitar-me. Só acordei no dia seguinte depois de dozes horas non-stop de sono.
A minha liberdade
Gosto muito de liberdade. Especialmente da minha liberdade. Não gosto que interfiram com ela, nem mesmo a minha família. Não suporto que me obriguem a fazer o que não quero. Sou um ser humano. Uma mulher. Tenho vontade própria. Pensamento próprio. Não sou uma máquina artificial. Aqui dentro bate um coração.
Gosto de acordar à hora que quero. De me deitar quando quero. Gosto de estar com quem quero. Quando quero. E como quero. Não gosto de regras. E detesto quando me fazem seguir o rebanho. Excita-me a ideia de saber que posso partir quando quiser. Mesmo que essa ideia esteja condicionada pela actual crise económica.
A minha liberdade é minha. Só minha. Não a subtraio por ninguém, nem a partilho com ninguém.
Tuesday, July 28, 2009
Não sei como será. Como será quando o vir. Olho para o calendário e percebo que falta muito para o reencontro. No entanto as horas voam diante de mim, como folhas de árvores sacudidas pelo vento. Falamos com frequência e sei que ele espera por mim lá. Lá onde mora, tão longe de mim. Do meu coração. Ás vezes fico fora de mim e pergunto-me o que lá vou fazer. Mas eu sei porque vou. E sei que ele também sabe. Queremos ver se é de verdade...
Aeroportos
Há qualquer coisa nos aeroportos que me deixa alegre. Gosto daquele movimento frenético. De ver os aviões chegarem e partirem. Apraz-me vê-los lotados de gente vinda de quase todos os cantos do mundo.
Para mim os aeroportos significam liberdade. A liberdade de ir e vir. De estar hoje aqui e amanhã em Londres. Sento-me muitas vezes a observar os outros. A imaginar de que país serão ou que espécie de vida terão nos seus países de origem. Se são felizes ou se têm o coração negro como a noite.
Apesar de detestar andar de avião, gosto de saber que é este aparelho que me leva para longe do stress cinzento desta cidade. É o avião que me conduz de volta para mim mesma.
Ainda faltam dois meses para a minha segunda e qui ça ultima viagem do ano, mas aguardo por ela com borboletas na barriga. Aguardo como se fosse uma adolescente à espera do namorado. Conto os dias embora os saiba distantes. Estou aqui. Mas também estou lá à frente. Sentada na sala de embarque do aeroporto de Luanda.
Para mim os aeroportos significam liberdade. A liberdade de ir e vir. De estar hoje aqui e amanhã em Londres. Sento-me muitas vezes a observar os outros. A imaginar de que país serão ou que espécie de vida terão nos seus países de origem. Se são felizes ou se têm o coração negro como a noite.
Apesar de detestar andar de avião, gosto de saber que é este aparelho que me leva para longe do stress cinzento desta cidade. É o avião que me conduz de volta para mim mesma.
Ainda faltam dois meses para a minha segunda e qui ça ultima viagem do ano, mas aguardo por ela com borboletas na barriga. Aguardo como se fosse uma adolescente à espera do namorado. Conto os dias embora os saiba distantes. Estou aqui. Mas também estou lá à frente. Sentada na sala de embarque do aeroporto de Luanda.
Wednesday, July 22, 2009
Meme
Tuesday, July 21, 2009
Hoje tive um sonho. Sonhei com ele. Veio a Angola com a sua equipa de futebol. Vi o jogo pela televisão. Ele veio e foi-se embora no mesmo dia. Fui a correr ter com ele ao aeroporto antes do embarque. O aeroporto estava lotado. Tive de lutar para chegar até ele. Ao ver-me sorriu. Desculpou-se com o olhar e disse: "Clara, não tive tempo para nada". Percebi que falava a verdade mas mantive a distância. Pairava no ar a vontade nos tocarmos e arrepiarmos, mas ficámos a centímetros de distância.
E então, num piscar de olhos, ele foi levado pela turba de gente. E eu fiquei ali. Sozinha. Á espera de nós os dois...
Friday, July 17, 2009
Bom fim de semana (paz para todos)
A paz invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais
A paz fez um mar da revolução
Invadir meu destino; a paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz
Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz
Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"
A Paz / Gilberto Gil
http://www.youtube.com/watch?v=0Tkz8q3Fqc8&feature=related
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais
A paz fez um mar da revolução
Invadir meu destino; a paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz
Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz
Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"
A Paz / Gilberto Gil
http://www.youtube.com/watch?v=0Tkz8q3Fqc8&feature=related
Thursday, July 16, 2009
Israel
Depois de 20 dias maravilhosos a encher-me de cultura e conhecimentos profissionais, volto ao caos da cidade de Luanda, onde a poeira do asfalto e dos dias me traz horas cinzentas e pontos de interrogações.
Mas não me vou focar no regresso e sim em tudo o que vivi. Israel é um sonho histórico e biblíco! Tudo o que sabia do país tinha-me sido transmitido pela televisão e depois de lá ter estado, percebi que a pequena caixinha de informação não faz jus a um décimo do que é verdadeiramente Israel. Fui bem acolhida, tanto pelos professores e coordenadores, como pelos próprios habitantes. Bastava-nos dizer "shalom" - paz - para olharem para nós com um sorriso e retribuirem-nos a saudação. O Médio Oriente é um fenómeno à parte. É um sonho nunca antes sonhado, tranformado em realidade. É uma cultura absolutamente nova, são hábitos estranhamente reconfortantes mas amplamente distantes...
Israel é um país moderno, cosmopolita e quente. Situado num lugar estratégico, Israel é terra de judeus e árabes. Habitam num mesmo espaço, mas separados por diferentes concepções e modos de entender o mundo. Não se dão. Não se misturam. E no entanto partilham a mesma casa. São povos irmãos, eu diria, mas falam linguagens e línguas diferentes.
Estive na fronteira com a Jordânia e por qualquer motivo, fiquei emocionada. Nunca me senti atraída pelo reino do falecido rei Hussein mas assim que me vi ali, o coração quase me saltou do peito.
Ali estava eu, dentro do livro de História. A calcorrear as ruas por onde andaram as personagens bíblicas. Foi uma experiência maravilhosa. Cresci como ser humano e mulher. E a minha bagagem cultural, tornou-se mais pesada.
Obrigada universo pela oportunidade...
Shalom!
Wednesday, July 15, 2009
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