Ontem ao deitar-me, olhei para a minha mesinha-de-cabeceira improvisada e dei conta que ao lado do computador se encontravam, como que abandonados, alguns livros à espera de leitura. Já leio um deles a passo de caracol e surpreendo-me por assim ser visto que se trata de "O amor em tempos de cólera" do Gabriel G. Marquéz que é um dos meus escritores favoritos. O livro é um clássico sim, mas por algum motivo, o mundo sonhado por Marquéz não me arrastou para outros mundos ao meu alcance, não me conduziu a nenhuma aventura de descoberta e para ser franca...bem...acho o livro um tanto aborrecido. É a primeira vez que me aborreço com um livro da sua autoria mas o que fazer? Em compensação, sou capaz de oferecer o meu reino pela compra de "Cem anos de solidão", apenas para reler sempre que der na gana e para ter o tesouro à mão de semear.
Tenho para ler "De profundis" de Oscar Wilde, "A conspiração contra a América" (não me lembro do nome do autor), "O amor é fodido" de Miguel Esteves Cardoso, "A revolução francesa vol. 2" - porque vejam lá, em plena livraria no centro do Recife vi o livro e decidi comprá-lo e já agora comprar o vol.1 porque há que dar um sentido às coisas, mas como não havia tive de levar a "sequela" assim mesmo - e acabar de ler "O livro negro da condição das mulheres" de Christine Ockrent que repousa há um ano e meio longe dos meus olhos ávidos. E mais dois ou três livros que me foram oferecidos por um belo amigo, funcionário de uma livraria lá na PT.
Lembro-me que a última vez que lá estive, percorremos as estações de metro e pequenas livrarias que tinham mini feiras do livro, em busca de livros interessantes e a preço da chuva. Diante da minha queda para os autores do costume, o M. deu-me um raspanete dizendo-me que estava na altura de ser mais culta e ousada. Que ele me desse um raspanete por ser pouco ousada tudo bem, mas pouco culta? Barfe. Passada a minha indignação inicial pus-me a pensar e que raios, o gajo estava certo. Acontece-me o mesmo com a música. Giro sempre em torno do mesmo e até quebrar a resistência ao novo, levo algum tempo. De maneira que quando voltar à pátria, tenciono mergulhar no palavreado de autores desconhecidos e paralelamente comprar alguns clássicos. É evidente que os clássicos não passarão por obras de Saramago e Kafka porque sinceramente...huh...nada a ver comigo.
Ah mas esperem lá. Isto tudo para dizer que a televisão por cabo com os seus canais da Fox, AXN, TVC e respectivas séries levam-me à loucura. Acresente-se a internet que se entranha em mim qual possessão merecedora de exorcismo de preferência feito por algum iluminado. Resultado: amo os livros mas deixo-os à mercê do pó. É triste mas é mais fácil atirar-me para o sofá e anestesiar a mente com personagens a cores e histórias de médicos tarados e bonzões do que ficar em sossego a ler. Suponho que é o preço a pagar por viver na era high tech.
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