Friday, October 15, 2010

Por um mundo melhor: abaixo a violência doméstica.

Ao trabalhar voluntariamente para o Global Voices Online tanto como autora como tradutora (inglês/português), deparei-me com a triste história de uma mulher arménia que morreu às mãos do marido e da sogra. Zaruhi Petrosyan tinha vinte anos, era mãe de dois filhos e estava casada há dois com um animal que lhe batia constantemente. Zaruhi partiu para o outro mundo com uma hemorragia cerebral, um dedo partido e hematomas espalhados pelo corpo. O motivo da sova fatal? Dinheiro.
Como acontece em vários países do mundo, a Arménia não é excepção, a família apresentou queixa à polícia por duas vezes que por sua vez deixou-se estar de braços cruzados. O estigma da violência doméstica, de falar-se abertamente sobre o assunto é muito forte e razão para vergonhas. Os governantes arménios dão-se inclusive ao luxo de dizerem que tal problema não existe. A prova da não existência de casos de abuso está à vista.
Quando estava a traduzir o texto, pensei na quantidade de mulheres que sofrem este tipo de abusos. Mulheres que engolem a dor, silenciam os grunhidos dos maridos e que fecham-se em si mesmas por não terem para onde fugir. Em pleno século 21 presenciamos ainda situações bárbaras como esta e acabo por perguntar-me quando chegará a tão aclamada evolução mundial?
Se quiserem inteirar-se do desafortúnio da Zaruhi, cliquem aqui. O texto está em inglês. Não sei quando sairá a tradução que fiz para português. A acompanhar a notícia, está um vídeo onde a irmã e a mãe da pobre rapariga assassinada relatam uma história assombrosa de violência.
Existe uma petição a circular que chegará (assim espero) às mãos do primeiro-ministro arménio, com o intuito de promulgarem uma lei contra a violência doméstica. Já se conseguiram 2,063 assinaturas. Pretende-se chegar às 3000. Contribuam por favor. Basta clicarem aqui.

2 comments:

L.S. Alves said...

Clara aqui no Brasil temos a lei Maria da Penha. Da cadeia inafiançável pro conjuge que espanca. Meu pai trabalha na polícia e diz que o que mais vê é o casal chegar na polícia e a mulher retirar a queixa porque o marido pode perder o emprego e ela não terá como sustentar a família. Então fica uma coisa assim. É preciso leis rígidas e também condiçoes para que as vítimas sobrevivam depois que o agressor for preso.
Um abraço.

Clara said...

Sim Luciano, eu conheço essa lei. História triste e dramática a da Maria da Penha:-(
Os governos precisam criar abrigos para estas mulheres. Locais onde elas se possam recuperar física e emocionalmente. E que lhes dêem instrumentos para o futuro..quem sabe, através de cursos profissionais.
Abraços xx