As expectativas fazem mal à alma. Á minha pelo menos. Os amigos perguntam: "estás mais calma?" e eu nem sei que resposta dar, porque não sei a que emoção posso ir buscar a resposta. Neste momento sei que estou anestesiada. Não sinto nada. Só esta expectativa que teima em morder-me os calcanhares. Que tento baixar a qualquer custo, mas sem sucesso.
Depois apercebo-me que afinal a expectativa não está sozinha. Vem de braço dado com a confiança que precisa de apoio. Eu sei que aqui bem no fundo, a minha atitude deveria residir na confiança. Mas sou fraca. Weak, como se diz em inglês. Terrivelmente weak. E por ser assim, desequilibro os pratos da minha balança. Percebo claramente que a expectativa tem mais poder que a confiança. Sei-o mas nada faço para alterar essa condição. Porquê? Porque insisto sempre nos mesmos erros. "São sempre os mesmos ossos que eu insisto em partir", como diria Jorge Palma.
Mas então...se sou capaz de identificar a falha na minha máquina emocional, devo ser capaz de mudar estas emoções repetitivas e estes gestos repetitivos. Será necessário acabar com este desgaste que me coloca em turbilhões desnecessários e extenuantes.
Estarei capaz de focalizar um quadro positivo, onde a confiança aniquila a expectativa. O vazio de ilusões construídas sobre pequenos grandes nadas.
Entrevejo um pouco desta confiança, porque abri-me momentâneamente e fico assombrada. Do outro lado da porta, a acompanhar a confiança, está a segurança, a tranquilidade, a realidade tal qual como é. Com o coração ligeiramente mais calmo e em ordem, ganho asas sem vontade de sair do chão. Entendo que ainda não é chegada a altura de voar. E que as asas apenas lá estão para que não me esqueça quem sou e para que servem.
Respiro fundo e preparo-me para ter a resposta na língua. Sim, agora estou mais calma. Mais calma. E centrada no que é de facto importante.
1 comment:
belas fotografias! Quanto à expectativa parece-me que, quando controlada, é positiva.
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