Antes de viajar e para grande surpresa minha, ele ligou-me do aeroporto para me dizer: "ouve Clara, sei que te tenho dado imensos cortes, mas sabes como é a vida, muito trabalho e pouco tempo para conviver mas quando voltar de Lisboa, prometo que tudo vai mudar e que estaremos mais tempo juntos. Vou abrandar o meu ritmo porque a vida não é só trabalho". Limitei-me a dizer "tá-se bem e boa viagem". Entretanto ele ficou dois ou três meses na Lusitânia, eu fui para Israel e quando voltei o amigo dele contou-me que ele já cá estava. Disse-me: "ele esteve para ligar para ti, mas teve de se ausentar da cidade para fazer um trabalho". Suspirei e contei até quatrocentos e dez.
Dada a ausência de telefonemas, liguei para ele na semana passada. Atirei-lhe um "porra, és tramado. Nem sequer um telefonema?" Ele respondeu-me com silêncio e eu calada fiquei. Finalmente respondeu: "é a treta do costume, pá, imenso trabalho. Temos de combinar uma noitada nos copos." Diante daquela resposta, só me ocorreu uma frase: "a fila anda, depois não digas que não te avisei".
No sábado à noite ligou para mim. Quer que vá acompanhá-lo a uma viagem de trabalho. Coitado...nem sabe o sofrimento requintado que planeio infligir-lhe naqueles ossos magros!
1 comment:
Ui! Vai judiar daquela carne? Olha que ele gosta e depois vai ter que tratá-lo assim o tempo todo.
Um abraço moça.
...
fackp
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