Friday, April 17, 2009

Correndo o risco deste blog virar um diário...

Gostava que estivesses aqui. À minha frente. Que me olhasses com esse teu ar maduro e tímido e ouvisses o bater do meu coração. Este meu coração que palpita, vive e revive sentimentos já conhecidos e tantas vezes sentido.
É em ti que penso quando descanso os meus ossos extenuados de mais um dia sem ti. Acordo com as palavras que deixaste escritas no meu telefone e desejo apenas por um segundo, puder dizer que sim, que gosto de ti.
Partiste por ora e não sei quando voltas. Talvez também tu não saibas quando regressas a esta terra quente e perdida entre as sombras de amores estéreis e encarniçados. Batem à porta do escritório e imagino que sejas tu do outro lado. Suspenso por um fio de saudade e magia. Abro a porta para descobrir outro ser. Outro alguém que não tu.
Não sei se pensas em mim nessa tua vida corrida e friorenta. Se imaginas o estado lânguido em que se encontra o meu pobre e rico coração. Desconheço com que lençóis fazes a tua cama e qual a marca do teu perfume.
Gosto do teu perfume. Esse cheiro acre e doce ao mesmo tempo. O cheiro com que registas a tua presença no mundo. Gostava de reter a tua essência num lenço, numa camisa… poderia sentir o teu perfume sempre que me martirizasse com músicas nostálgicas prenhes de amor.
Olho fixamente para o número de telefone que me deixaste. Quero ligar e ouvir-te do outro lado. Dizer-te, que bom saber-te aí e ouvir-te. Escuta o meu ritmo cardíaco e absorve a linguagem deste amor por nascer. Mas retenho os meus gestos porque sou cobarde ou talvez porque tenha de me manter fiel às regras do jogo.
Quando à noite me atiro para a minha cama de nuvens, evoco a tua imagem de luz branca e peço ao universo que nos atire nos braços um do outro, assim que chegares. E como sempre, chegas até mim em sonhos. Sorridente e de mão estendida. És a minha esperança disfarçada nesse forte sotaque francês. E eu o que sou? Uma alma virtuosa, desejosa de ti. Ou um coração aberto, liberto de fantasmas e esqueletos bem escondidos no fundo do armário.
Gostava que estivesses aqui meu querido. Que me tocasses e desfizesses o corpo em pó de estrelas brilhantes. Que me segurasses nos braços e olhasses com olhos de ver. Que me visses…que me visses sem estas cancelas imaginárias. E me abraçasses como naqueles dias escuros em que eu, sozinha e sem saber da tua existência, chorava a alma até que aqui nascessem flores…

5 comments:

Anonymous said...

Eita saudade...
Bjos.

Anuska said...

É saudade, amor... um beijo nesse coração

Anonymous said...

ai, que gostoso.
eu diria...
encantador
!

ToXico said...

Sou leitor recente mas fiquei admirador, espero que não te importes que te adicione aos meus favoritos, para voltar mais vezes!...

Maria Papoila said...

O amor é lindo...mas por vezes também faz doer...