Wednesday, June 25, 2008

Angola no seu melhor

O prédio da DNIC - direcção de investigação criminal - caiu. O som da tragédia começou a ouvir-se à uma da manhã. A cave tinha duas celas, uma para mulheres e outras para homens. O prédio foi construído sobre um lençol de água, no tempo colonial. Os funcionários do prédio da DNIC puseram-se na alheta ao perceberem que a tragédia vinha contra eles a passos largos. Os reclusos e reclusas gritaram por socorro. Imploraram aos guardas que os deixassem sair. As entidades governamentais já sabiam que o edíficio corria o risco de cair. Semanas antes, andaram por lá chineses a colocar vidros novos e a pintar a fachada. Ás quatro da manhã o prédio cai. Era um sábado. Os bombeiros acorrem ao local. Um dos ex-directores da DNIC afirma indignado perante os órgãos de comunicação que a tragédia podia ter sido evitada, enquanto leva as mãos à cabeça. Escombros e mais escombros. Encontram-se os primeiros mortos. São reclusos. Os transeuntes perguntam-se se há hipótese de salvar as reclusas. Elas ainda estão vivas, graças a um telemóvel levado até à cave por um cão pastor alemão. Sabe-se que na cela das reclusas encontra-se um bebé recém-nascido. Coisas de Angola. Horas depois, as prisioneiras e o bebé são tirados sem vida dos escombros. A ambulância leva os corpos para a morgue do hospital mais próximo. Está muito calor. Não há espaço para os mais de vinte mortos...

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