" 3 milhões de meninas são excisadas a cada ano. Na chamada África Negra, mas também na Indonésia, no Egipto e até na Europa. Há entre 130 e 150 milhões de mulheres no mundo a quem o clitóris foi cortado e esta senegalesa muçulmana a viver na Bélgica é uma delas.Em Lisboa a promover o seu livro e a participar num seminário, Khady Koita fala deste crime de como combatê-lo. Conta no seu livro como foi excisada aos 7 anos " de surpresa": o clitorís foi serrado a sangue frio com uma lâmina velha enquanto três mulheres a seguravam, a dor, o sangue, o silêncio dos adultos. Quando é que alguém lhe explicou o que tinha acontecido e porquê? Nunca. Ninguém me explicou porque suponho, quem faz isso também não sabe porque o faz. E eu também não fiz perguntas.Mas quando começamos a investigar, quando se lê sobre isso e se fala com os "velhos", temos várias respostas: faz-se para que a rapariga possa chegar virgem ao casamento, para que a mulher seja fiel ao marido; outros dizem que é preciso tirar "aquilo" porque se o marido lhe tocar morre, ou então é o bebé ao mascer que pode morrer...A maioria dir-lhe á que é feito para agradar ao marido. Em nome da honra e da dignidade do homem. Para que a mulher não seja demasido gulosa por sexo".
DN, 28 de Setembro de 2006
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