Tuesday, June 17, 2008

Próxima paragem: vida

Estou dentro do eléctrico. Sozinha. Regresso de uma viagem que me consumiu 4 anos de vida. As saudades dos amigos deixam-me rota e é por eles que volto. Estão à minha espera numa esplanada à beira-rio. Tenho borboletas no estômago. Receio encontrá-los distantes de mim. Decoro as minhas palavras e improviso gestos. Rascunho a preto e branco um sorriso visto e revisto em noites solitárias. O trajecto é feito lentamente. Olho as ruas de Lisboa e sinto-me de novo em casa. Pergunto-me porque bati com a porta e abandonei raízes e asas. Vai entrando gente e outras tantas vão saindo. As conversas são banais e fala-se "da vida da outra sussurrada entre dentes, no marasmo de quem não ri nem chora", como diria o Palma. Aproxima-se o meu ponto de chegada. Já vejo o rio. A vida aproxima-se de mim a passos largos. Mas já não tenho medo. Observo à distância os que me amam e sigo em frente...

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