"Aos 12 anos, Rui tem três "profissões" e um único local de trabalho, as ruas de Luanda, onde carrega as "compras dos outros", vende pão que "outros comem" e lava carros que nunca vai ter. Vive com a mãe e mais três irmãos mais novos no São Paulo, bairro que faz fronteira com o Sambizanga, onde se situa o maior mercado informal de Angola, o Roque Santeiro, local que visita "quase todos os dias depois do trabalho" para comprar "o jantar" para ele e para a família.
A jornada de trabalho de Rui é fácil de seguir pelo mapa que ele próprio desenha mentalmente num intervalo em que falou com a Lusa, próximo do bairro do Maculusso, onde se desloca para lavar uns carros "manhãzinha cedo".
Depois, segue para a zona da Maianga onde tenta a sorte de encontrar alguém a precisar de auxílio para subir escadas com compras, ou outros "pesos", e ainda ajuda uns amigos a vender pão "até ao fim do dia" não muito longe de casa, no São Paulo.
Rui é uma das 30 por cento de crianças com idades entre os cinco e os 14 anos que a UNICEF estima trabalharem em Angola, atribuindo o mundo o 12 de Junho como Dia Internacional de Combate ao Trabalho Infantil".
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