Wednesday, June 18, 2008

Enquanto a empurrava contra a parede, vomitava palavras de escárnio. Agarrava-a firmemente pelos cabelos negros e à medida que a ouvia gemer, sentia-se mais forte.Dizia-lhe que não a amava mais. Nunca a tinha amado. Desejara apenas aquele corpo redondo. Os lábios carnudos. Ela não sabia ao certo que espécie de dor a atingia. Se as palavras dele ou a violência com que a manejava. Tinha apenas a certeza de o amar profundamente. Sabia ser-se capaz de esquecer o hálito a desprezo. As nódoas negras e o sexo sem consentimento.Estava agora virada para ele. Olhava-o com firmeza e ternura. Nada do que ele dissesse abalaria o seu amor. E deixando a resistência de lado, levantou a saia de algodão e abriu-se para ele. Queria mostrar-lhe de onde vinha o amor que sentia. Precisava abrir-lhe o caminho para a entrada de um sentimento poderoso e renovado.Ele percebeu e passou a mão pela origem do amor. Deteve-se. Baixou-se e pressentiu o cheiro de um amor esquecido. Entrou pelas profundezas daquele sentimento físico e explorou-o até o corpo balançar.Encostada contra a parede, ela gozava num silêncio histérico. Agarrou-o pelo pescoço e conduziu-o até à boca. Beijou-o com amargura e perda. Assim que percebeu que conquistava terreno, afastou-o rudemente e atirou-o contra a pedra fria do chão.Sentou-se em cima dele e explicou-lhe de que matéria era o amor. Esbofeteou-o até ao orgasmo e tombou ao seu lado.

No comments: